terça-feira, 7 de setembro de 2010

Medo

Não me considero uma pessoa covarde, mas sou uma pessoa de medos.
Tenho medo de sair de casa por causa da violência que se instalou no Rio de Janeiro, mas tenho mais medo de ficar em casa sem nem ao menos ver a vida passar.
Tenho medo de ser feliz, pois, a felicidade assusta. Tenho medo de ser infeliz, porque não existe nada mais triste do que uma pessoa infeliz. Tenho medo de chorar e parecer uma bobona, mas tenho medo de não chorar e parecer insensível.
Sempre tive medo de amar e não ser correspondida, de sofrer por amor. Por isso nunca me entreguei a uma paixão, a um amor. Não me entreguei verdadeiramente e intensamente a nenhum homem. Nunca permiti que alguém me conhecesse tão bem quanto eu. Mas morro de medo de não amar, de não sofrer por amor e mais medo ainda de não conseguir me entregar completamente a alguém.
Tenho medo de engravidar, de carregar um ser humano dentro de mim, da dor do parto, de ser mãe e principalmente de ser eternamente responsável por alguém. Mas tenho mais medo de me arrepender por não ter engravidado, de não sentir aquela pessoinha crescendo dentro de mim, de não passar pela experiência da dor do parto, de nunca ser chamada de mãe!
Tenho medo de mentir e ser descoberta, mas tenho medo de falar a verdade e não agradar. Tenho medo de viver e mais medo ainda de morrer. Morro de medo da morte. De morrer sem vivenciar tudo o que a vida pode me oferecer. De não amar, sorrir, sofrer e chorar o suficiente para fazer a vida ter valido a pena.
Tenho medo de tentar coisas novas e mais medo ainda de não tentar, pois, no meio de tantos medos, tenho medo de me arrepender do que não fiz, mas não tenho medo de me arrepender do que fiz!
Tenho medo de sentir medo...
Em nosso intimo toda a insegurança feminina, todos os medos e crises existenciais inerentes ao sexo feminino. Por fora toda a segurança, a mais perfeita pose de mulher segura e independente.
Criamos uma casca, uma proteção. Mas proteção contra o que? Contra o que os outros vão pensar se souberem dos nossos medos e angústias? Ou uma proteção contra nós mesmas? Será que é assim que tem que ser? Será que temos que passar a vida com medo de viver e com mais medo ainda de não viver?
Essas respostas, eu não as tenho! Mas de uma coisa eu sei, precisamos de alguma forma ter CORAGEM, pois, viver é muito perigoso!

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