sábado, 11 de junho de 2011

A vida não é justa...

Não sei o que fazer para suprimir esse frio na barriga, esse arrepio que sobe pela minha espinha e se aloja em meu pescoço, me fazendo tremer dos pés a cabeça, toda vez que o telefone toca e é ele.


Não sei o que fazer para respirar enquanto ouço sua voz. Vocês sabem, mulher não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo. E respirar e ouvi-lo, ao mesmo tempo, é quase impossível para mim.


Não sei como minimizar o efeito de sua voz sobre mim. Ao ouvi-lo perco os sentidos, perco a noção do tempo, me perco.


Não sei o que fazer para manter a calma quando ele me toca e todos os pelos do meu corpo resolvem se agitar freneticamente, a ponto de qualquer pessoa perceber que algo está errado.


Não sei o que fazer para controlar o calor que me acomete, que deixa minhas bochechas vermelhas (eu posso senti-las queimando) toda vez que ele me abraça. Esse abraço tão tenro, tão carinho, tão amoroso que, ao mesmo tempo em que me acalma, me sufoca, me assusta.


Não sei o que fazer para me desvencilhar de seus braços. O calor de seu corpo me conforta, seus braços em volta de mim me protegem, me amparam, não permitem que eu perca o equilíbrio, que eu caia.


Não sei o que fazer para me controlar quando estou com ele, pois, quando estou com ele não controlo minhas vontades, meus desejos, meu corpo, minha mente. Quando estou com ele eu não sou eu. Na verdade sou eu sim, sou eu me entregando de corpo e alma. Sou eu sem pudores, sem medos, sou eu sendo apenas eu!


Não sei o que fazer para parar de amá-lo, de desejá-lo. E o mais importante de tudo, não sei o que fazer para recuperar a confiança perdida, se é que isso é possível.


Não canso de me perguntar, por que a única pessoa que te faz flutuar, te faz se sentir amada, protegida, feliz, realizada. A única pessoa que te tira do eixo, que te faz perder o sentido, a noção de tempo e de espaço, que te faz acreditar que dois corpos podem ocupar ao mesmo tempo o mesmo lugar no espaço, é a pessoa que você menos confia no mundo.


Sério, isso é muito injusto. Mas quem disse que a vida é justa!