sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O Natal!

Quando ainda era uma criança e acreditava em coelhinho da Páscoa, em fadas madrinhas e principalmente em Papai Noel, eu era uma pessoa mais feliz! Era divertidíssimo enfeitar a árvore de Natal para o Papai Noel, pendurar as meias em minha janela. Escrever uma cartinha contando para ele o quanto eu tinha sido uma boa menina durante o ano que tinha se passado, e as razões que me levavam a acreditar que eu merecia receber o tão esperado presente do Papai Noel.
A Carta era sempre escrita no dia 1 de dezembro, para que houvesse tempo para os ajudantes de Papai Noel preparar o meu presente. Preparar sim. Pois Papai Noel não tinha dinheiro para comprar presentes, ele os fazia com a ajuda de seus amigos duendes. Depois de escrita a carta, eu começava a sonhar com a casa do Papai Noel, com seus amigos duendes fazendo meu presente. Com a sua saída do Pólo Norte junto com suas renas mágicas. E ficava imaginando como ele faria para entrar em minha casa, já que não possuíamos chaminé.
Assim, nas madrugadas do dia 24 para o dia 25 de dezembro eu deixava a janela da sala entreaberta para facilitar a sua entrada. Nas manhãs do dia 25 eu acordava e o presente pedido estava sempre lá, junto com outros presentes comprados pelos meus pais. Eu ficava tão orgulhosa, pois, o presente do Papai Noel era o reconhecimento por eu ter sido uma boa filha, uma boa neta, uma boa aluna na escola e uma boa amiga. A sensação que eu sentia nas manhãs de Natal é indescritível, possuía uma mistura de amor, felicidade, confiança e principalmente fé! Sinto falta dessa sensação. Eu cresci, amadureci e ela não, ela continuou presa aquela menininha inocente e doce, que já não existe mais. Que faz parte apenas de minhas lembranças.
No início da minha adolescência descobri que Papai Noel não lia as minhas cartas, e nem entrava pela janela da minha sala para entregar meu presente. Que os presentes que eu pedia não eram feitos pelos duendes e sim comprados pelos meus pais. E que para a minha decepção, Papai Noel não existia. Fiquei sabendo que a troca de presentes é uma demonstração de amor. Simboliza a demonstração de amor de Cristo por nós, ele que foi crucificado, por seus irmãos, para nos salvar. E assim, eu descobri que a maldade dos homens remonta a séculos passados.
Hoje, em minha fase adulta, não tenho mais tempo para demonstrações de amor. A vida moderna não permite. Passar Natal em família, nem sempre é possível. Desejo Feliz Natal as pessoas a minha volta, da mesma forma como desejo, bom dia, boa tarde e boa noite, de maneira automática, sem nenhum sentimento, sem amor. Não vamos mais as lojas escolher os presentes, compramos pela internet. Não visitamos as pessoas que amamos para entregar os presentes, o correio se encarrega da entrega. As crianças não acreditam mais em Papai Noel, e as que ainda acreditam não escrevem mais cartinhas, enviam e-mails.
No que se transformou o Natal? Em um comércio? Para onde foi à magia do Natal? A magia do nascimento de Cristo? A nossa fé em algo superior, inexplicável e indescritível chamado amor? Fico triste por perceber que me tornei uma pessoa cética. Sinto falta da criança que outrora fui com seus sonhos e imaginações. Sinto falta da adolescente que acreditava no amor e tinha fé nas pessoas. Sinto falta das noites de Natal de quando ainda era uma menina e não tinha obrigações e responsabilidades. Quando somente precisava ser uma boa menina durante o ano e escrever minha cartinha para o Papai Noel no dia 1 de dezembro. Acima de tudo, sinto falta de acreditar no Papai Noel e em seus ajudantes duendes.
Por que crescer, amadurecer é sinônimo de incredulidade? Por que nós adultos não podemos viver no “fantástico mundo de bob”? Por que deixamos de sonhar, de ter fé, e às vezes, até de amar? Por que nossas crianças não possuem a inocência e a doçura das crianças de nossa época? Por que tantas transformações? Por que tantas mudanças?
Para todas as perguntas que fazemos ou podemos vir a fazer acredito que as respostas sejam duas palavrinhas que a tempo estão esquecidas: Fé e Amor! Precisamos delas para resgatar a criança que outrora fomos, a inocência, a doçura, a fé e a felicidade perdida, a magia do Natal e as demonstrações de amor.
Ah se eu pudesse voltar no tempo...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O amor da minha vida...

O amor da minha vida é lindo, carinhoso e amoroso. Um amante maravilhoso e um amigo atencioso. Ele é um companheiro leal e fiel. Fiel aos seus princípios, a vida e a mim (é claro!). É um filho maravilhoso. Será um marido presente e um pai esplendoroso. Otimista e altruísta como ninguém. Amigo dos conhecidos e irmão dos amigos. Tudo ele sabe e compreende.
Engraçado, adora contar piadas e fazer piadas das dificuldades. Está sempre ao meu lado, faz o tipo na alegria ou na tristeza. Sempre disposto a me ouvir e a entender minhas aflições. Cavalheiro, abre todas as portas para mim (inclusive à do carro). Me leva ao cinema para assistir comédias românticas, e finge se emocionar com elas. Nele encontro todas as respostas. Com ele encontro a paz e o amor.
Teve uma excelente educação e possui um nível cultural fascinante. Apaixonado por filmes e boas histórias, amante da literatura mundial e apreciador de boa música. Possui um gosto eclético que vai de Victor Fleming a David Fincher, de Willian Shakespeare a Conan Doyle e nunca escondeu de ninguém a sua predileção por Nate King Cole e Tom Jobim.
O amor da minha vida é perfeito. Pena que só exista em meus sonhos, que faça parte apenas de meus desejos e anseios.
Uma vez conheci um cara que entrou facilmente em minha vida. Foi um excelente companheiro, o amante ideal, um amigo presente. Inteligente, batalhador. Seu otimismo me alavancava e seu altruísmo me emocionava. Engraçado, divertido, consciente e responsável. Perto dele eu queria ser uma pessoa melhor. Havia toda uma esperança de encontrar nele o amor da minha vida, o tão sonhado homem perfeito.
Infelizmente, cheguei à conclusão que ele não era “O CARA”. Não podia ser o amor da minha vida, pois, nem sempre queria me levar para assistir histórias de amor água com açúcar (como ele chamava). Não estava sempre de bom humor. Quando eu mais precisava, ele não estava disposto a conversar. Nem sempre compreendia as minhas aflições e não percebia que quando eu dizia não, na verdade queria dizer sim. E principalmente não entendia que às vezes eu precisava do meu espaço.
Vivíamos (na maior parte do tempo) em uma via de mão única, eu fazia, eu cedia, eu dava. Ele não dava valor aos meus pequenos atos de amor. Raramente recebia algum reconhecimento por minha admirável doação. Assim, despejei sobre ele toda a minha frustração por ele não agir da maneira como eu sonhava, e por não reagir da maneira como eu esperava.
As brigas viraram uma constante em nosso relacionamento. Cada discussão que tínhamos o afastava de mim e da minha vida. E após cada briga, eu me perguntava: afinal, o que ainda estou fazendo com ele, se ele não é o amor da minha vida? Aos poucos ele foi deixando de fazer parte da minha vida, e quando percebi, ele tinha ido embora deixando para trás um enorme vazio, até então desconhecido.
Após algumas decepções compreendi que em um relacionamento as vias são sempre de mãos duplas. O problema é que elas nem sempre possuem a mesma largura dos dois lados. Mas, apesar das diferenças, elas passam pelos mesmos lugares.
Sem dá a devida importância ao acontecido, continuei minha vidinha de sonho com o homem perfeito até que o vazio em meu peito deu sinal de vida, e eu descobri o literal significado da palavra saudade. Nesse dia entendi que o tão sonhado amor da minha vida eu nunca conheceria, e que o amor da minha vida, o real, eu já tinha conhecido. Tinha feito parte da minha vida por alguns anos, só que eu estava tão preocupada em encontrar o amor perfeito, em encontrar nele o homem perfeito, que não percebi que ele era tão perfeito quanto o tão sonhado amor da minha vida, pois, ele era real e estava ali ao meu lado!
A verdade é que estamos sempre sonhando com o amor de Romeu e Julieta: se ela morreu de amor por mim, eu morrerei de amor por ela. Sempre agimos esperando que o outro haja da mesma forma. Esperando um reconhecimento por nossos atos. Esperando um ato tão grandioso quanto o nosso e não enxergamos que o importante não é o tamanho do ato, ou mesmo o seu resultado, o importante é a sua intenção.
Espero que o amor da minha vida não seja filho único de mãe solteira. Rezo, para que existam outros por aí, esperando que eu os encontre. Que um dia eu consiga apagar de meu coração, a dor da perda do primeiro amor da minha vida. E que o vazio por ele deixado, seja preenchido.
É triste pensar que ele não voltará. Que a perda foi definitiva e não provisória. Que existe um oceano (e algumas coisas mais) entre nós. Entristece-me saber que eu colaborei com sua partida e nada posso fazer para o seu retorno. Às vezes me pego, em meio a delírios, sonhando com uma segunda chance. Mas temo que a sorte não vá bater duas vezes em minha porta. Quem mandou não querer abrir naquele momento. Era certo que ia se cansar e iria embora. Provavelmente está batendo em outra porta nesse momento...
Meu consolo é saber que não existe vida sem erros, e que sem eles a vida seria simples demais, e nós não gostamos de coisas simples. Vivemos para aprender e aprendemos errando. Sigo errando, aprendendo e vivendo. Hoje, olho para trás e não vejo do que me envergonhar ou mesmo do que me arrepender. Faria tudo de novo, porque foi através de minhas ações (certas ou erradas) que adquiri o conhecimento que hoje possuo. O conhecimento do que sou e do que quero.
Não parei de sonhar com o amor da minha vida, pois, sonhar é fundamental para manter viva a esperança, mas não procuro mais por ele. Procuro um amor simples, cheio de defeitos que possa me fazer feliz um dia de cada vez!

domingo, 25 de outubro de 2009

Amor ou Sexo?

Realmente existe diferença entre fazer amor e fazer sexo? Mulheres fazem amor e homens fazem sexo? Mulheres não podem dormir com homens na primeira noite? De onde veio o conceito de que homens e mulheres possuem instintos sexuais diferentes? Eis perguntas que sempre me fiz.
Nunca entendi a necessidade das mulheres em se mostrarem pudicas até o último fio de cabelo. Qual o problema em uma mulher conhecer um homem, achá-lo interessante, se sentir atraída por ele (eu disse atraída, não apaixonada!), e não querer se casar com ele? E indo um pouco além, qual seria o problema se ela resolvesse dormir com ele, colocar em prática todos os seus fetiches, e exigir dele apenas orgasmos múltiplos?
Loucura? Não!
Para que tanta hipocrisia? Nós mulheres temos os mesmos desejos e os mesmos instintos que os homens. Adoramos uma bela bunda masculina na multidão. Sonhamos acordadas com aquele visinho maravilhoso. Traímos. Traímos sim! Quando não fisicamente, ao menos, em pensamentos.
Há algum tempo aprendi que somos todos animais, e agimos por instinto. E como os animais, no que se refere ao sexo, somos instigados pelo cheiro. O que nos atrai no outro ser humano não é o sexo oposto, o coração puro, ou mesmo a inteligência (Versão masculina: O que nos atrai no outro ser humano, não é o sexo oposto, a mulher melão ou mesmo a mulher melancia), mas sim, o cheiro!
Sim! Somos todos animais! Às vezes um pouco mais racionais que os macacos, outras, nem tanto. Mas quando se trata de sexo, não existem diferenças entre animais racionais e irracionais, existe a atração, o cheiro. Isso não quer dizer que podemos sair por aí transando em qualquer momento em qualquer lugar como os cachorros, por exemplo. (Não que essa idéia não agrade a ninguém, mas...)
Então, cientificamente qual seria a “desculpa” para a diferença de desejos entre homens e mulheres? A diferença não existe, ou melhor, existe dentro da cabeça feminina.
A verdade é que nos apegamos a religiões, a conceitos e pré-conceitos, transmitidos por nossas antepassadas, e esquecemos de nos apegar as nossas vontades, aos nossos desejos. Em alguns momentos até consideramos a possibilidade para logo depois, lembramos do: MAS O QUE ELES/ELAS VÃO PENSAR? O QUE VÃO COMENTAR SOBRE MIM? E esquecemos de pensar: VOU ME SENTIR FELIZ FAZENDO ISSO? FARÁ BEM PARA O MEU EGO? ME SENTIREI VIVA E REALIZADA?
Em uma ocasião meio conturbada da minha vida quando ainda não sabia lidar muito bem com esse negócio de ficar sozinha, conheci um cara muito legal. Amigo do namorado de uma amiga. Sabe aquela situação onde sua amiga quer te arranjar um namorado de qualquer forma, e tenta te empurrar todos os amigos do namorado? Então, esse foi o caso. Ela não me arranjou um namorado, mas uma noite INESQUECÍVEL!!!
E para ser sincera, não me senti a pobre coitada, usada ou como se fosse apenas o buraco do prazer alheio (desculpe pela comparação, mas uma grande amiga se sentiu assim quando fez sexo pela primeira vez, e o mais engraçado é que ela continua fazendo... vai entender!). Na verdade me senti O PODER! Me senti no controle do babado, algo assim: VEM CÁ MEU PUTO, POIS, É SÓ HOJE E POR ALGUMAS HORAS!!!
No dia seguinte acordei me sentindo ótima, me olhei no espelho, e percebi que estava radiante! Eu fui a protagonista da noite, e dei um show! E o coadjuvante, como acontece com a maioria deles, caiu rapidamente no esquecimento.
Não vou dizer que fazer sexo é melhor que fazer amor ou vice e versa, mas que tudo vai depender da situação. Sexo é casual, foi inventado para suprir seus desejos e necessidades físicas (quando se está beliscando azulejo, se é que você me entende!?). Já o amor, para suprir suas necessidades sentimentais.
Ninguém pode viver só de sexo, pois, ninguém pode ser feliz sozinho, e sexo é um ato solitário onde seus desejos (e somente os seus) são importantes e devem ser satisfeitos. Da mesma forma, ninguém pode viver só de amor, porque o amor é um ato a dois (a três, a quatro...), que precisa de sua atenção, carinho, doação, dedicação e principalmente de seu altruísmo! E para viver só de amor, suas dores de cabeça não poderiam existir, seria proibido pensar (durante o amor) naquele sapato maravilhoso (e que logo assim que ele resolver gozar você vai pedir de presente). No amor não há espaço para egoísmo.
Não devemos dissociar o sexo do amor, como também, não devemos afirmar que os dois se confundem. Definitivamente, não se confundem! Eles caminham juntos, são companheiros de uma vida, são nossos companheiros, porque mesmo com o amor de nossas vidas fazemos sexo, pois tudo depende da situação!
Homens ou mulheres, somos todos iguais! Temos sentimentos, vontades, desejos e necessidades. Buscamos felicidade e quando a encontramos não a reconhecemos. Queremos o melhor, e lutamos por isso. Rimos, choramos, brigamos e fazemos as pazes. A única diferença é que os homens vivem e as mulheres tentam viver!
Sinceramente, não entendo porque nos preocupamos com conceitos, pré-conceitos, diferenças e semelhanças. Se é a primeira, a segunda, ou mesmo a última noite que saímos com o cara. Se estamos fazendo sexo ou amor. Enquanto nossa preocupação deveria ser se EU ESTOU FELIZ OU NÃO!
Não podemos esquecer que a vida (até onde sabemos) é uma só e muito curta. Precisamos aproveitar o hoje, o agora, pois, não temos como saber o que acontecerá daqui a um segundo. Temos que fazer o que nos deixa feliz agora. E para isso devemos entender que não há diferença entre amor e sexo, a diferença está no momento em que estamos vivendo; essa história de homem fazer sexo e mulher amor é desculpa de mulher mal amada; e que, de vez em quando, é preciso fazer igual ao Zeca Pagodinho – DEIXAR A VIDA TE LEVAR!
Não estou incentivando a promiscuidade. Não! Longe de mim! Acredito que precisamos ter respeito por nós mesmas, mas É MELHOR SE ARREPENDER DO ATO PRATICADO DO QUE DO ATO NÃO PRATICADO!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Consumismo Feminino

Sábado chuvoso no Rio de Janeiro e mulher solteira não combinam. Para esse pesadelo há duas soluções: suicídio ou compras. Eu que ainda tenho alguns neurônios decidi pelas compras.
Afinal, suicídio da muito trabalho, você tem que tomar o remédio certo, na quantidade certa ou, cortar os pulsos bem cortados, no seu comprimento ou, ainda, pular de um andar bem alto. Tem que ser muito bem feito, porque se não você será processada. Isso mesmo! Tentativa de suicídio é crime!
Como não faço idéia de qual remédio tomar, não teria coragem de cortar os meus lindos pulsos e ainda por cima, moro no primeiro andar, é melhor ficar com as compras!
Ocorre que, sábado chuvoso para carioca é igual a qualquer sábado de um paulista: DIA DE SHOPPING!!! E lá fui eu, ao shopping lotado fazer compras para assim impedir que minhas tendências suicidas se aflorassem (desculpa esfarrapada!).
Saldo do dia:
§ uma calça preta da Zara para trabalhar (estava realmente precisando de uma, pois, eu só tenho 3)
§ uma calça jeans da Maria Filó para qualquer evento ( essa eu não estava precisando...)
§ um lenço lindo da Josefina, super na moda. Pequeno, na cor creme com umas bolinhas marrons. Próprio para amarrar ao pescoço, com um nozinho bem delicado. (Super chique! Pena que nunca usarei)
§ três blusas maravilhosas e simples, da Folic, nas cores preta, branca e marrom, para combinarem com o lenço que nunca usarei.
Ao voltar para casa me deparei com outra situação desesperadora: NÃO TENHO ONDE GUARDAR MINHAS ROUPAS NOVAS! Meu armário está tão lotado de roupa... Oh Deus onde vou colocar tudo isso?
Tive uma ótima idéia (a princípio, depois virou um pesadelo!): fazer uma limpa no meu armário. Assim, tudo que estivesse atravancando meu armário viraria doação. Ótimo! Doarei tudo que não tiver mais utilidade, ao menos para mim, a pessoas necessitadas.
Vou pular a parte em que ainda achava uma ótima idéia fazer uma “big” arrumação nas minhas roupas, para o início do pesadelo, ok? Resolvi começar pelas gavetas (grande erro!). Na primeira gaveta aberta, me deparei com vários acessórios de academia, todos com a etiqueta, ou seja, intocados.
Demorei um pouco a me lembrar porque tinha comprado todas aquelas coisas. No mês passado decidi que precisava voltar a malhar. ‘Santo Deus! Meu braço está mais mole do que o da minha vozinha.’ Ah, só um detalhe, sou muito exagerada, mas muito mesmo. É obvio que o meu braço não estava tão mole assim, ohh ainda sou uma menina, ok?
Assim, precisava arrumar uma desculpa para a minha preguiça, ou seja, como sou muito preguiçosa, preciso enganar a minha preguiça e isso funciona mais ou menos assim...
Preciso acostumar a acordar cedo. Então, não vou lavar o cabelo hoje à noite, pois, serei forçada a acordar mais cedo para lavar o cabelo antes de ir trabalhar: não funciona e eu acabo indo trabalhar com o cabelo sujo.
Preciso terminar esse trabalho hoje, pois, amanhã não terei tempo e o prazo está apertado. Então, só vou dormir quando finalizar o trabalho. Nossa são 23:30, estou morta. Já sei! Vou dormir agora e colocar o despertador para as 5:00 da manhã, assim, poderei trabalhar até as 7:30, tempo suficiente para terminar o trabalho antes de ir para o escritório: acordo às 7:30 atrasada.
Moral da história: A minha preguiça tem alguns neurônios a mais que eu!
Então, decidi que iria comprar todos os acessórios necessários para malhar (calças, tops, blusas, tênis, meias...) e pagar seis meses antecipados. Dessa forma, eu ficaria com peso na consciência e não faltaria um dia se quer a academia. Dos 40 dias que passaram, fui 2 a academia, não estreei 1/3 dos acessórios comprados e eles estavam entulhando as minhas gavetas.
E agora o que vou fazer com todas essas coisas? Hum...já sei. ‘Alô, Cla? Tudo bem amiga? Escuta, eu comprei vários acessórios de academia, tops, calças...só que como estou mega enrolado no trabalho não vou conseguir usá-los, então, você gostaria de ficar com eles? Hum...ótimo! Te espero! Ok! Bjs!
Ok, primeiro obstáculo ultrapassado. Das gavetas consegui ainda eliminar 7 blusas, duas ainda com etiquetas (também, aonde eu estava com a cabeça quando comprei uma blusa rosa CHOQUE e outra amarelo OVO???), 12 meias-calças (todas furadas ou com fios puxados), calçinhas, sutiãs e algumas peças do Ex que ainda estavam assombrando meu apartamento.
Quando cheguei no armário, propriamente dito, que pesadelo! Isso não estava acontecendo, como eu podia ser tão...tão...LOUCA??? 5 calças que eu nem lembrava que existiam, 2 casacos horrorosos (que nem minha avó usaria), 3 tailleurs (ainda com etiquetas), Santo Deus! Eu odeio saia!!! Onde estava com a cabeça quando comprei esses tailleurs? Isso tudo porque eu ainda nem cheguei nos sapatos...
Cabeça? Eu tenho uma? Tenho sim, só que vazia, ou melhor, repleta, repleta de VÁCUO! Por isso minhas contas nunca fecham! Estou sempre no vermelho no banco, devendo ao cartão de crédito. Gastando boa parte do meu salário pagando juros. Ai, ai, ai...o que vou fazer?
Não tenho dinheiro para pagar todas minhas contas. Não consigo parar de comprar. Ah, me dêem um desconto, sou solteira e não tenho vida pessoal, vivo para o meu trabalho, a única diversão que tenho é comprar... (se bem que isso não é muito verdade...)
Se eu ainda fosse como a Becky Bloom podia fazer um bazar e vender todas essas coisas lindas, que eu adoro, mas são desnecessárias... Não elas não são desnecessárias, elas deixam o meu ego muito feliz e não é isso que importa na vida? Ser feliz?
Eu sei vocês tem razão! Eu seria mais feliz se não tivesse dívidas. Realmente seria tão bom conseguir guardar algum dinheiro, para emergências, sabe? Concordo com vocês, não precisam me olhar assim, de hoje em diante eu só gasto dinheiro com o estritamente necessário. Estou em greve para compras e saidinhas com os amigos!
Ohh...meu telefone...onde ele está? Alô! Oi querida! Como você está? Eu, humm, mais ou menos, estou meio enrolada...Ah, quem vai? Sim! Ele também? Que legal! Uhum...uhum...Ok, ok, te encontro lá. Eu estou mesmo precisando comprar umas maquiagens e lá tem uma loja maravilhosa!!!
Acalmem-se queridas eu não estou louca não! Preciso levantar o meu astral um pouquinho! Amanhã começo a minha greve. Afinal eu não tenho dinheiro, mas tenho CRÉDITO!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Crise dos 30

Estou na fase do ‘Oh meu Deus! Tenho quase trinta e...’ Quando era mais nova tinha certeza que isso nunca iria acontecer. Eu, entrar na crise dos 30? Jamais!
Não conseguia conceber a idéia de uma mulher independente, culta e superbem resolvida (como eu é claro!) se deixar entrar na crise dos 30! Se deixar sim, porque só entra quem quer! Ou vocês esqueceram do ‘livre arbítrio’? Todas nós o temos. O engraçado é que quando se trata de nossas emoções não conseguimos usá-lo. Às vezes, me pego pensando que nem tentamos usá-lo. Mas é obvio, a dramaticidade faz parte do caráter feminino. Exatamente! E o que seria de nossas vidas sem drama? Por isso, gostamos tanto das novelas de Manuel Carlos. Porque amamos um bom melodrama!
A verdade nua e crua é: não usei meu livre arbítrio, sou louca por tramas (não que eu goste das novelas de Manuel Carlos!) e me deixei entrar na horrenda crise dos 30!
Quase todas as minhas amigas, que graças a Deus não são poucas! Xiii...ou será que seria melhor se não fossem tantas? É melhor deixar esse ponto para uma próxima discussão, ok? Quase todas as minhas amigas de quase 30, de 30 ou de mais de 30 estão casando, casadas ou tendo filhos. Não estou nem levando em consideração as que já estão casadas e com filhos pré-adolescentes. Deus, eu tenho um afilhado de 10 ANOS!!!
Todos os dias eu me pergunto, o que será de mim? O que acontecerá com a minha vida? Encontrarei o homem da minha vida? Terei filhos? Porque vocês conhecem a lei de Murphy e, se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará!
Quanto tinha 18 anos, tinha que estudar, me formar. Aos 24 tinha que consolidar minha carreira e estabilizar minha vida financeira. Aos 29 tenho que me casar (MAS QUE MERDA!). Depois dos 30 terei que ter filhos, uma penca deles, quanto mais melhor (MERDA, MERDA, MERDA!!!).
MAS QUE MERDA DE SOCIEDADE EXIGENTE!!! Desculpe, mil desculpas, acho que me excedi um pouco, mas, só um pouquinho! Vocês compreendem, né? Com certeza compreendem...
Eu não quero me casar e, eu não quero ter filhos... Não que eu não queira ter uma pessoa ao meu lado para compartilhar bons e maus momentos, blá, blá, blá...O problema é que junto com essa pessoa vem a obrigatoriedade de formar uma família e o resultado disso é: FILHOS!
Normalmente eu me acho louca. Como assim, não quero ter filhos? Não quero sentir um pequeno ser humano, lindo, crescendo dentro de mim? Não quero ter uma pessoinha que eu poderei chamar de minha pelo resto da vida? E pela vida da qual eu serei eternamente responsável? Deus, como eu não quero isso!!!!
Quando penso nesses detalhes, todos os pelos do meu corpo ficam irisados. Sobe um arrepio pela minha coluna, que começa logo acima dos meus quadris e vem subindo até o pescoço, para no momento seguinte adormecer meu ombro esquerdo. E quanto mais nervosa eu fico com a possibilidade de vir a ser mãe, mais a dormência vai aumentando e, vem descendo pelo meu braço esquerdo até atingir as pontas dos meus dedos.
Ok, ok, podem dizer: NOOOOSSA ESSA MULHER É LOUCA, COMPLETAMENTE LOUCA!
Infelizmente, eu não consigo controlar meus pensamentos e quando penso em filhos, penso em como é carregar uma pessoinha linda dentro de você, que mesmo antes de nascer, vai tirar suas noites de sono, pois, ela passará a noite sentada em sua costela, o que te impedirá de respirar direito.
E na hora do parto, como uma pessoinha de 3 quilos (ou mais!), com aproximadamente 50 cm, saíra de dentro de você? É assustador! Eu sei! E o pior ainda está por vir. Depois do nascimento, você não terá mais vida, as suas necessidades ou as do seu marido, não terão mais importâncias. Você deixará de viver a sua vida e passará a viver a vida de seu filho. Você não estará, mais, sozinha no mundo! Claro que não! A aflição e a preocupação de uma mãe estarão sempre com você.
Tive algumas idéias para amenizar o meu sofrimento. Como já disse não quero estar sozinha, só não quero ter filhos! Então, pensei na possibilidade de ter um marido com filhos. Mas logo desistir, porque marido com filhos leia-se: Marido com filhos e EX-MULHER! E ex-mulher não é algo que me agrada muito...
Um dia acordei com a solução para meu problema, teria uma marido vasectomizado! Isso mesmo! Uma solução perfeita. Ele não poderia ter filhos, dessa forma, não me cobraria por um e, se futuramente decidíssemos ter um, poderíamos adotar. Claro! Adoção. Existem tantas crianças sozinhas no mundo. Já até me via colocando um anuncio nos jornais de grande circulação: “Procura-se pretendente para marido VASECTOMIZADO!”. Fiquem calmas, foi só um delírio...
Outra possibilidade, um pouco mais radical, seria mudar de lado. Desistir da cobra com a aranha e partir para aranha com aranha. É isso mesmo! Quem sabe virar lésbica, não seria a solução? Não estou brincando, já considerei essa hipótese, mas não...não serve para mim! Eu realmente não gosto de BACALHAU!!!
Todo esse melodrama digno de uma novela mexicana, eu chamo de: A crise dos 30 às avessas! Como já disse procurei muitas soluções. Todas, nada práticas, mas, que funcionariam. Pelo menos no fantástico mundo de Bob! Como não vivo no fantástico mundo de Bob, mas, no terrível mundo de Patrícia, decidi por procurar ajuda especializada. Isso mesmo! Vou fazer análise e, quem sabe não perco esse pavor de ser mãe e me torno tão louca quanto às outras mulheres no mundo!
Desculpe minha indelicadeza! Quem sabe não me torno tão NORMAL quanto às outras mulheres do mundo!