sexta-feira, 23 de julho de 2010

QUE PIADA!

Hoje foi um dia muito triste, descobri que as pessoas não duram para sempre. Que elas envelhecem, adoecem e morrem (não necessariamente nesta ordem). Ou simplesmente morrem. A maneira como descobri, não foi das melhores. Se é que há uma boa maneira de se descobrir a morte ou mesmo a sua iminência. Minha avó teve um AVC e está entre a vida e a morte.
Entre a vida e a morte! Estranha expressão. Como se existisse um buraco entre a vida e a morte e uma pessoa pudesse se esconder ali, permanecer ali, enquanto alguém decide se ela morrerá ou continuará a viver.
Quando recebi a notícia só pensei na minha mãe e no quanto iríamos sentir falta da minha vozinha. Mas agora, passado algumas horas do impacto da notícia, comecei a me perguntar quem me dará aquele abraço esmagador todas as vezes que eu chegar em Cabo Frio? Quem falará besteiras inesperadas durante o almoço de dia das mães, ou no almoço de Natal? Quem orará por mim todas as noites?
Quando éramos mais jovens as pessoas não morriam com tanta freqüência. Pelo menos não as mais próximas da gente. Os nossos amigos não morriam nem seus pais, nem seus avôs. Velhice era algo bem distante, que não fazia parte de nosso meio.
A morte me parece estar um passo a frente da vida, pois, ela é a única coisa certa na vida. Não temos certeza se seremos felizes ou tristes com nossas escolhas, se amaremos ou se seremos amadas, se nossos relacionamentos duraram um vida...mas temos certeza que aconteça o que acontecer em nossas vidas, em algum momento a morte estará nos esperando. Triste? Sim...
Passamos uma vida nos preparando para enfrentá-la, mas ela chega sem pedir licença, vai entrando e arrasando. Por mais preparados que estejamos ela sempre nos pega de surpresa. Não dá aviso prévio, simplesmente vai embora, levando consigo alguém importante, importante ao menos para você.
Segundo a lei da natureza os filhos devem enterrar os pais. Então, como explicar a morte do Rafael Mascarenhas, como explicar essa inversão de papéis. E o fato de seguirmos as regras da natureza e enterrarmos nossos pais, não torna a morte menos injusta, menos dolorida.
Por tudo isso, acredito que certa está Marta Medeiros quando diz que a morte é uma piada. Sim, ela é uma PIADA SEM GRAÇA!